Em coletiva para a imprensa realizada na manhã de ontem na área social do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), no bairro N. Sra. das Graças, o presidente do Centro, Wilson Périco, apresentou para a bancada parlamentar do Estado do Amazonas o resultado final da Pesquisa Estudos de Impactos Socioeconômicos e Ambientais da ZFM, como contribuição na defesa dos incentivos fiscais da Zona franca de Manaus e da Amazônia Ocidental.
Estiveram presentes os senadores Eduardo Braga, Omar Aziz, Plínio Valério, e os deputados federais Átila Lins, Bosco Saraiva, Sidney Leite, Marcelo Ramos, e capitão Alberto Neto, além de vários empresários.
O trabalho foi patrocinado pela Fieam, Eletros, Abraciclo, Sinaees, Whirpool, DD&L, Bemol e Fogás e encomendado à FGV (Fundação Getúlio Vargas). Coube ao professor doutor Márcio Holland, professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV, coordenador do estudo, explicá-lo para o público presente. As pesquisas feitas com várias pessoas, foram realizadas ao longo de dez dias, em Manaus, por sete outros pesquisadores, além de Holland.
Desmatamento X. atividades industriais
“Estes resultados poderão se usados em quaisquer fóruns que o Amazonas participar”, informou Holland. “Até então, nesses 52 anos de existência da Zona franca de Manaus, encontrei um único estudo científico feito pela FGV. Com esses resultados, cujo relatório foi intitulado ‘Zona franca de Manaus, impactos, efetividade e oportunidades’ concluímos que a Zona franca tem sido benéfica para Manaus”, disse.
“Em 1970, quando as indústrias começaram, efetivamente, a se instalar no Distrito Industrial de Manaus (atual Polo industrial de Manaus), a renda per capta em São Paulo era sete vezes maior que a do Amazonas. Em 2010 essa diferença havia caído para 1,8 vezes. Hoje o Ideb de Manaus está acima do Ideb das cidades de todo o resto do país e a escolaridade dos trabalhadores da indústria local é similar à dos trabalhadores de São Paulo”, ressaltou.
“Outra conclusão é que o desmatamento e as atividades industriais do PIM (Polo industrial de Manaus) não estão negativamente relacionados. Se não houvesse as indústrias, o desmatamento seria maior. Quanto mais postos de trabalho nas indústrias do PIM, menor o desmatamento, pois esses industriários não vão exercer atividades extrativistas. Atualmente o PIM emprega cerca de 86 mil pessoas (já chegou a 120 mil) e indiretamente esse número chega a 500 mil pessoas, que não precisam desmatar a floresta para sobreviver”, assegurou.
“Os políticos do Amazonas precisam mostrar para o ministro Paulo Guedes, da Economia, e seus técnicos, que os benefícios da Zona franca não são política de governo e não deveriam constar como gasto tributário. Precisam mostrar para o ministro o que é a Zona franca de Manaus. Para cada R$ 1, gasto com incentivos para a ZFM, a renda da população da Região Metropolitana de Manaus cresce R$ 1,14”, garantiu.
O Amazonas precisa se impor
“Outros números que mostram a importância da ZFM estão relacionados a mudanças bruscas na economia, como os efeitos do Plano Collor, de 1990, que causaram a demissão de 39.064 pessoas, a metade dos trabalhadores do PIM, com a perda de 1,75 bilhão de dólares; a crise mundial de 2008 foi a responsável pela demissão de 5.971 empregados do PIM, com prejuízo de 4,21 bilhões de dólares; a recessão de 2014/2017 fez 34.747 pessoas perderem o emprego com um prejuízo de 11,47 bilhões de dólares para o Amazonas”, listou.
“O Amazonas é um Estado que precisa se impor e mostrar que o Brasil depende dele, e não o contrário. A ZFM é composta por grandes empresas internacionais. O Estado tem um forte mercado consumidor regional. Amplo e diversificado mercado do trabalho. Universidades e institutos de pesquisas. É uma região rica em recursos naturais. Manaus é mais perto dos Estados Unidos do que Santos e Paranaguá”, afirmou.
“Uma das inúmeras oportunidades que indicamos para o Amazonas é a exploração do turismo”, concluiu.
Fonte: www.jcam.com.br
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FONTE: Aca – BR
DATA: 25/03/2019