Reutilização de pneus em motocicletas é proibido pelo Contran desde 2004. A regra é estar atento à manutenção dos itens
A reutilização de pneus em veículos é um assunto delicado. Recauchutar um pneu pode ser visto como a diminuição da segurança que o item oferece de fábrica e, por isso, pode colocar em risco a segurança dos ocupantes. Outra vertente já acredita que essa prática em nada influencia a proteção de motoristas e passageiros, contanto que seja utilizado de forma correta.
Porém, o que poucos sabem é que, apesar de ser liberada, em alguns casos, para os automóveis a utilização de pneus recauchutados em motocicletas é proibida.
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), instituiu a lei resolução 158/2004 em 2004, que impede o uso do pneu recapado, recauchutado, reformado ou remoldado em motocicletas, motonetas e ciclomotores. De acordo com o órgão, pilotar uma moto pode ser considerada uma atividade de risco. Por isso é primordial que o condutor esteja com todos os equipamentos em ordem, principalmente o equipamento que fica em contato direto com o solo e sofre o desgaste mais rápido.
A proteção em cima das duas rodas é algo que vive entrando em discussão para quem acompanha o mercado. É isso que destaca o presidente da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, Klaus Curt Múller. “O papel do pneu em motocicletas é fundamental para a segurança do condutor, porque, em caso de falha, pode causar perda total de controle”, relata. Dessa forma, é preciso se preocupar com o tipo de material que está sendo utilizado, bem como a procedência do componente. “O uso dos pneus originais e em bom estado é fundamental para garantir a segurança, conforto ao rodar, aderência nas acelerações e frenagens, equilíbrio e movimento de inclinação do veículo”, complementa Klaus.
Em 2013, um estudo realizado pela Abraciclo em parceria com FMUSP e HCFMUSP constatou que 8% dos acidentes envolvendo motociclistas foram derivados de problemas com manutenção, sendo os piores itens de conservação encontrados em pneus (11%) e freios (7%).
O pneu de uma motocicleta não foi projetado para ter uma segunda vida, devido a sua carcaça, que serve de estrutura do pneu e sofre um grande desgaste no final de sua primeira vida, impactando o pneu como um todo. As espessuras do equipamento já são, normalmente, reduzidas. Isso, além de dificultar a raspagem, ainda implica em uma grande chance de formação de rugas, bolhas e má adesão quando há aplicação do material de reforma.
Além da proibição do Contran, existe ainda a portaria de número 554 de 2015 instituída pelo Inmetro que proíbe o serviço de reforma de pneus em todo o território nacional. Dessa forma, a recapagem de pneus duas rodas é considerada uma prática ilegal do mercado.
A fiscalização sobre utilização ou serviço de reforma é feita pelo Inmetro, Instituto Estadual de Pesos e Medidas (IPEM), Polícia Militar, Polícia Rodoviária e Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Um fator que pode ajudar a diminuir o tempo de troca do pneu e, consequentemente, a diminuição nos custos, é a prática em cima da motocicleta. Conduzir de forma correta pode aumentar a vida útil do componente. É importante lembrar também que as manutenções devem ser realizadas no tempo certo para garantir um melhor funcionamento do veículo.
FONTE: Diário de Pernambuco – PE
DATA: 08/09/2018