Com o crescimento na produção de Motos e bicicletas no PIM (Polo industrial de Manaus) de janeiro a novembro de 2018, setor de duas rodas projeta crescimento de 4,3% para o próximo ano, com a fabricação de 1,08 milhão de Motos e 857 mil bicicletas. O aumento da confiança do consumidor e o lançamento de novos produtos de tecnologias avançadas, são um dos fatores que contribuíram para o bom desempenho do setor. Os dados são da Abraciclo (Associação Brasileira de Fabricantes de Motocicletas, CicloMotores, Bicicletas e Similares).

Até novembro deste ano, foram fabricadas em Manaus 968.860 Motocicletas, um crescimento de 19% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 813.868 unidades. Com o crescimento das vendas no varejo de 11,6% na região Norte, 17,5% no Amazonas e 15,9% em Manaus, a Abraciclo revisou para cima sua projeção referente ao fechamento de 2018 que, inicialmente, totalizava 980 mil unidades com o crescimento de 11% sobre as 882.876 mil unidades registradas em 2017.

Segundo a avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, o desempenho expressivo deve-se a lenta recuperação econômica do país e também o aumento da oferta de crédito ao consumidor. “Foi um esforço que o setor fez para atender a crescente demanda do mercado no varejo que vinha crescendo de alguma maneira. O aumento da oferta de crédito e a volta da confiança do consumidor fizeram com que a média de venda no varejo crescesse e fosse superior a 2017, com isso a indústria aumentou a demanda de produção”, disse.

Apesar dos números positivos na reta final do ano e na confiança de mais negócios para o próximo ano, Fermanian reforçou que ainda é necessário aguardar os impactos das medidas do próximo governo. “O crescimento ainda está muito longe daquilo que o setor já teve. Estamos celebrando essa leve recuperação e ainda há muito o que fazer para atingirmos o patamar de 2011. Vamos esperar a política econômica do próximo governo”, disse.

Ajuda do governo

Para o assessor executivo da Moto Honda, Paulo Takeuchi, o bom momento vivido pelo setor é muito positivo, mas ainda há muitos desafios a serem enfrentados, e destacou, que o desempenho da bancada amazonense no novo governo será fundamental para defender os interesses da Zona franca de Manaus que é um modelo importante para o setor de duas rodas.

“Depois de cinco anos consecutivo de muitas quedas esse desempenho é muito positivo, é óbvio que ainda é um crescimento bastante pequeno, mas é importante atender essa cultura, sabemos que a recuperação será lenta e gradual, mas pelo menos temos um horizonte positivo. O desafio é que teremos uma nova equipe no governo tanto no federal como no estadual e como qualquer início de governo há sempre um período de incertezas sobre o rumo que vão tomar”, disse.

Segundo o assessor de relações institucionais da Yamaha, Afonso Cagnino, é preciso estar atento à dinâmica da política econômica do novo governo, e a forma como ele vai tratar os interesses do PIM, para que o setor possa continuar produzindo e gerando bons produtos e postos de trabalho para a região.

“Essa mudança do setor na produção é muito tímida, mas importante. Agora temos um novo horizonte para projetar números positivos que anos atrás eram desmotivadores. Espero que no início do ano tenhamos uma visão muito clara dos nossos governantes para que possamos continuar nesse ritmo produtivo no sentido de procurar a saúde média e a longo prazo para satisfazer o consumidor com novos produtos”, frisou.

Vendas de Motos no Atacado

Nas vendas das fabricantes para as concessionárias, no acumulado de janeiro a novembro, o setor registrou uma alta de 19,4%. No total, foram comercializados 890.703 mil unidades, diante as 746.039 negociadas no mesmo período de 2017.

Em novembro foram vendidas 87.041 Motocicletas no atacado, o que corresponde a um aumento de 19,1% sobre o mesmo mês do ano passado, que registrou 73.069 unidades. Em relação a outubro deste ano, houve um recuo de 5,3%.

Exportações

Segundo a Abraciclo, as exportações apresentaram uma queda de 12,9% nos últimos 11 meses do ano, totalizando 65.062 unidades, ante 74.682 do mesmo período de 2017. Para Fermanian, o recuo está diretamente ligado à redução da demanda da Argentina, principal exportadora. “Com a atual situação da Argentina a quantidade de vendas reduziram bastante. Esperamos uma recuperação para o próximo ano. Apesar do recuo da demanda, o mercado interno supriu esse recuo”, disse.

Em novembro, as exportações atingiram 3.571 unidades, uma queda de 53,5% na comparação com 2017 (7.677 unidades). Segundo o levantamento do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), nos 11 meses o mercado argentino absorveu 70,8% do volume exportado, seguida dos Estados Unidos (8,8%) e Colômbia (7,5%).

Bicicletas

Segundo a Abraciclo, a produção de bicicletas poderá atingir 857 mil unidades em 2019. De janeiro a novembro deste ano, foram produzidas nas linhas de produção do PIM 751.784 unidades, um crescimento de 16,5% em relação ao mesmo período do ano passado, que registrou 645.484 bicicletas.

No desempenho de novembro, as fabricantes produziram 83.726 unidades, alta de 8,4% sobre o mesmo mês de 2017 (77.254 bicicletas). Diante do atual cenário, as indústrias revisaram para cima as projeções de fechamento para 2018. A expectativa é de chegar até no final do ano com uma produção total de 779 mil unidades. Uma alta de 17% em relação a 2017 (667.363 unidades).

De acordo com a entidade um dos motivos para o bom desempenho do segmento foi a redução do índice de inadimplência aliada ao aumento de oferta de crédito. Para o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Cyro Gazola, depois de quatro anos de queda, a retomada da indústria está sendo fundamental para impulsionar o setor, e reforçou, que apesar do otimismo, é preciso ter cautela com as novas medidas econômicas do novo governo.

“O mês de outubro sempre é o ápice da nossa sazonalidade porque a partir dele começamos a atender a demanda do setor. Acreditamos que haverá crescimento de 10% na produção de 2019, chegando a 857 mil unidades. Esse crescimento é importante devido ao seu equilíbrio e a prudência para a produção do ano que vem, porque ainda estamos aguardando os impactos da nova política do governo que vão influenciar na compra do consumidor”, disse.

Programa

O diretor-executivo da Abraciclo José Eduardo Gonçalves, comemorou a sanção do programa Rota 2030, realizada nesta terça-feira (11), pelo presidente Michel Temer. O projeto é um incentivo para que as montadoras tenham a garantia de fabricação de quadriciclos em Manaus. Além dos benefícios para o setor, ele citou também a votação do projeto de lei que prorroga os incentivos fiscais concedidos a empresas que atuam nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, aprovados pela Câmara. A proposta amplia de 2018 para 2023 o prazo concedido a empresas que têm projetos para instalar, modernizar ou ampliar empreendimentos localizados na Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).

“A inclusão dos quadriciclos da rota 2030 que foi sancionada pela Presidência da República é uma grande vitória para o setor. Isso certamente vai gerar um aumento de produção e mais empregos para região. E os incentivos da Sudam representa uma notícia positiva porque gera desenvolvimento e atração de investimento e isso é muito bom para nossa região”, disse.

 

FONTE: Jornal do Commercio – Manaus – AM

DATA: 13/12/2018