A produção de Motos fechará o ano com pouco mais de 1 milhão de unidades e crescimento de 17,2% sobre iguais meses do ano passado. A alta é a primeira após seis anos seguidos de retração no setor, mas também é verdade que as fábricas instaladas em Manaus (AM) não passavam de 1 milhão de unidades desde 2015 (com 1,26 milhão) e terminarão 2018 em um nível de produção semelhante ao registrado no distante 2004, quando 1,06 milhão de Motos foram montadas na Amazônia. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes do setor.

De janeiro a novembro a produção somou 968,9 mil unidades e anotou acréscimo de 19% sobre iguais meses de 2017. Foi a boa resposta do mercado interno durante o ano que permitiu o crescimento. As vendas no atacado (das fábricas para a rede de revendas) somaram nestes 11 meses 890 mil unidades e alta de 19,4% sobre iguais meses do ano passado.

Os lançamentos do setor e o aumento da procura por scooters foram outros fatores apontados. Como consequência, a indústria voltou a contratar. Os empregos gerados cresceram 3,3%, de 12,1 mil em 2017 para 2,5 mil até setembro de 2018, de acordo com levantamento mais recente divulgado pela Superintendência da Zona franca de Manaus (Suframa). “E de setembro para cá as empresas continuaram contratando e isso ainda deve ocorrer em 2019”, afirma Fermanian.

EXPORTAÇÕES EM QUEDA

Nestes 11 meses as fábricas instaladas em Manaus exportaram apenas 65,1 mil unidades, 12,9% abaixo da comparação interanual. Até o fim do ano serão 70 mil Motos enviadas ao exterior, 17,6% a menos que a projeção de 85 mil unidades feita um ano atrás pela Abraciclo.

“A Argentina é o principal destino das Motos brasileiras e as exportações para lá recuaram bastante no segundo semestre. As fábricas têm buscado outros mercados como Colômbia, Peru e Chile, mas nenhum com o mesmo volume argentino”, recorda Fermanian.

Nas projeções para 2019 a Abraciclo estima o embarque de apenas 49 mil unidades e queda de 30% ante 2018. A produção total para o ano que vem deverá atingir 1,08 milhão de Motos e pequeno crescimento de 4,3% sobre 2018. Para os emplacamentos a associação dos fabricantes espera 998 mil Motocicletas para o ano que vem e alta de 6,3%.

CONSÓRCIOS MANTÊM RELEVÂNCIA

Como regra, a recuperação das vendas por crédito direto ao consumidor (CDC) derruba a modalidade consórcio, mas este ano as montadoras e administradoras conseguiram manter um volume razoável. O acumulado de janeiro a novembro de 2018 teve 232,3 mil Motos vendidas por consórcio, 2,7% a mais na comparação anual. A fatia da modalidade está em 27,1%. Recuou apenas 2,1 pontos porcentuais em relação ao mesmo período de 2017: “As administradoras perceberam que os mais jovens não conheciam a modalidade e suas vantagens e começaram um trabalho mais efetivo com esses consumidores”, conclui Fermanian.

Automotive Business – SP

11/12/2018