O desabastecimento de peças e componentes contribuiu para a queda de 11,3% na produção de bicicletas nas fábricas do PIM (Polo Industrial de Manaus). O mês de abril registrou a fabricação de 51.281 unidades, número muito abaixo da quantidade produzida em março (57.843). O atual cenário prejudica toda a cadeia global do setor e compromete a montagem dos produtos levando à falta de alguns modelos no mercado. A expectativa do setor é que até o segundo semestre do ano o abastecimento nas montadoras se normalize.
Conforme dados divulgados pela Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) apesar da queda na produção, o setor conseguiu manter a base produtiva, onde registrou uma alta de 409,2% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o número de bicicletas fabricadas chegou a 10.071 unidades.
No primeiro quadrimestre do ano a produção chegou a 222.183 bicicletas, um aumento de 22,8% em relação às 180.994 unidades fabricadas no mesmo período do ano passado. O volume é superior ao registrado no mesmo período de 2018, quando a indústria atingiu 220.069 unidades produzidas. Segundo o vice-presidente do segmento de bicicletas das Abraciclo, Cyro gazola, o setor continua limitado pela falta de insumos que atinge toda a cadeia global de suprimentos.
“Há falta de alguns componentes como sistemas de freios e de transmissões, por exemplo, que dificultam a montagem e gera a falta de alguns modelos no mercado. A demanda por bicicletas continua alta e acreditamos que o fornecimento de peças será normalizado no segundo semestre deste ano. Estamos caminhando para uma retomada em relação a 2020”, explicou.
Segundo Gazolla, atualmente, 50% dos insumos para a produção de bicicletas no PIM são importados, enquanto os outros 50% são de origem nacional, como as matérias primas tais como aço, alumínio, plástico e cartões de embarque e outros componentes que ajudam no incentivo da cadeia produtiva local.
“Estamos concentrando nossos esforços nos insumos internacionais que atendem as plataformas de bicicletas de médio e alto preço no Brasil. É onde estão os maiores desafios do abastecimento de insumos dessa cadeia de fornecedores globais”, disse.
O vice-presidente ressaltou que a agilidade no programa de vacinação para frear o agravamento de outra crise sanitária no Brasil e no mundo é fundamental para que haja normalidade no processo de abastecimento das peças e insumos. Com isso, a produção poderá voltar a normalidade e contribuir para o crescimento da indústria no país.
Para este ano, a Abraciclo projeta uma produção de 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020 (665.186 bicicletas), mas para isso ainda é necessário aguardar o segundo semestre. “Se o fornecimento de peças for atendido, as fabricantes irão adequar seu planejamento de produção à demanda do mercado. O consumidor quer e aguarda pelas bicicletas”, destacou.
Produção por categoria
A categoria mais produzida foi a Moutain Bike (MTB), com 30.111 unidades e 58,7% de participação no mercado. Já a infanto-juvenil foi a que apresentou maior crescimento percentual. Foram fabricadas 4.867 bicicletas, alta de 103,5% na comparação com março (2.392 unidades).
No ranking do primeiro quadrimestre, as três categorias mais produzidas foram: MTB (135.930 unidades e 61,2% de participação no mercado), Urbana/Lazer (65.176 unidades e 29,3% de participação) e Infanto-Juvenil (15.683 unidades e 7,1% de participação).
Exportações
Segundo dados do portal Comex Stat, em abril, foram exportadas 1.303 bicicletas. O volume é 17,6% inferior ao registado no mês anterior (1.582 unidades) e 8.586,7% superior às 15 unidades destinadas ao mercado externo em abril do ano passado. Com 1.070 bicicletas e 82,1% do volume total exportado, o Uruguai foi o principal mercado. Em segundo lugar, ficou o Paraguai (216 unidades e 16,6% do total exportado), seguido pelo Chile (6 unidades e 0,5%).
No quadrimestre, as exportações totalizaram 4.668 unidades, alta de 136,1% na comparação com o mesmo período do ano passado (1.977 bicicletas).
Os principais mercados foram Paraguai (2.344 unidades e 50,2% de participação), Uruguai (1.855 unidades e 39,7%) e Bolívia (430 unidades e 9,2%).
FONTE: Jornal do Commércio – Manaus – AM
Data: 14/05/2021