Conduzir uma motocicleta é uma ação que cresce a cada dia entre as mulheres. Como forma de evidenciar esse amor pelo mundo das duas rodas, no Amazonas, elas participam de clubes de moto e até são donas de escola de mecânica de motos, onde formam vários profissionais para a área.
Leiliane Oliveira cresceu admirando o amor de seu pai por motos. Ao ter a convivência de perto com esse mundo, influenciada por ele, ela decidiu seguir os passos do pai e passou a se envolver cada vez mais com as motocicletas.
Ao g1, ela contou que hoje é motociclista apaixonada e totalmente envolvida. Mulher destemida e empreendedora, ela decidiu abrir uma escola de mecânica de motocicletas, onde qualifica todos os meses vários alunos e alunas.
Leiliane também é presidente de um motoclube feminino, onde incentiva e inspira outras mulheres a se sentirem empoderadas, independentes e livres.
Entre suas várias aventuras, ela lembrou de uma excursão que fez do Norte ao Nordeste com sua motocicleta.
“O meu lema é: ‘Lugar de mulher é onde ela quiser!’, inclusive atrás do tanque da sua moto, pilotando com suas amigas pelas estradas desse lindo Amazonas, desse lindo Brasil e, quem sabe, afora também. Porque a mulher pode ir onde ela quiser”, afirmou Leiliane.
Assim como a Leiliane, a amazonense de Itacoatiara e costureira, Waldesta de Oliveira Costa, de 42 anos, também adotou a motocicleta como estilo de vida.
O início aconteceu por obra do acaso. Inscrita no concurso “Rainha do Rio Madeira”, ela conquistou o primeiro lugar e ganhou um modelo 50cc. A partir daí, não largou o guidão.
Quando ela se mudou para a capital amazonense, em 1992, Waldesta conta que havia poucas mulheres motociclistas na cidade. “Pilotava um modelo de alta cilindrada e isso, na época, chamava a atenção. Até desconfio que era a única motociclista da cidade”, diverte-se.
Numa de suas andanças, recebeu o convite para integrar um motoclube. Até que, em 2017, decidiu fundar “As Amazonas”, o primeiro exclusivo para mulheres. Hoje o grupo conta com cerca de 20 integrantes.
“Somos unidas pela paixão pelas duas rodas e queremos incentivar outras a descobrirem essa sensação de liberdade”, afirmou Waldesta.
Presença feminina cresce no país
De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, hoje 8.884.345 pessoas do gênero feminino possuem carteira de habilitação na categoria A. Em 2013, havia 5.034.139 habilitadas. No comparativo, há um crescimento de 76,5% em nove anos.
A faixa etária que concentra o maior número de habilitações, tanto para homens como para mulheres, é a que vai dos 31 a 40 anos. No total, elas somam 7.790.504 motociclistas e eles totalizam 11.871.802 habilitados.
Em segundo lugar, estão as pessoas com idades entre 41 e 50 anos. O gênero feminino responde por 6.520.793 habilitações e o masculino por 10.774.078 das carteiras na categoria A. Na terceira colocação, está o público acima de 60 anos: são 3.988.122 mulheres motociclistas e 11.068.970 homens.
De acordo com dados do IBGE/Denatran, no Brasil existe uma mulher habilitada a conduzir uma motocicleta a cada oito pessoas do gênero feminino.
FONTE: G1 – SP
DATA: 08/03/2023