Depois de registrar quedas freqüentes, setor de bicicletas reage e deve encerrar o ano com alta de produção
A Abraciclo – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – estima que a indústria de bicicletas deverá produzir 8% mais durante o ano de 2007. O resultado representará a produção de mais 5.400.000 unidades, contra 5 milhões fabricadas em 2006, quando foi registrada queda de 5% sobre o volume de 2005.
A economia estável, o lançamento de muitos modelos, a queda nos juros, a redução no preço médio dos produtos, a facilidade na obtenção de crédito, a melhora da renda média e o mercado da região do Nordeste em crescimento foram os fatores que contribuíram para alavancar as vendas que vinham em constante declínio.
De acordo com o presidente da Abraciclo, Paulo Shuiti Takeuchi, o cenário favorável aumenta a visibilidade da indústria de bicicletas no país e auxilia à resolução de problemas. “O setor continua sofrendo por falta de infra-estrutura
logística e incentivo às inovações tecnológicas para peças, componentes e produto final. Esta movimentação mostra a importância da indústria de duas rodas na economia nacional e esperamos que provoque reações positivas no governo”, afirma Paulo.
Entre os problemas que permanecem prejudicando o desempenho do setor está a presente concorrência com os componentes chineses. Os menores custos dessas peças importadas fomentam pequenas montadoras que deixam de comprar os insumos de fabricantes nacionais. Estas pequenas montadoras trabalham no limite da formalidade produzindo bicicletas de baixo custo, mas também de pouca qualidade.
A importação de bicicletas de maior valor agregado, embora em pequeno volume, também apresentou aumento em 2007. Mais de 25 mil unidades que entraram no mercado em 2007 não levam a bandeira do Brasil. Por outro lado, o setor teve um ano melhor em termos de custos. Tirando
os derivados de petróleo que impactaram os custos de plástico e frete, o
dólar baixo e a estabilidade de custo de algumas matérias primas como
alumínio permitiram à indústria compensar parcialmente a queda do preço médio de venda.
Entretanto, o dólar baixo continua impactando negativamente e inibindo a capacidade de exportação do setor. Este fato, por outro lado, favoreceu os montadores que importam parte importante de sua estrutura de componentes, mas é negativa para os fornecedores de partes e peças locais que se tornam menos competitivos.
Perspectivas para 2008
De acordo com as projeções da Abraciclo, o ano de 2008 continuará aquecido para os fabricantes de bicicletas, com estimativa de crescimento de 4%, o que representa 5.600 milhões de unidades.