Produção igual a de 2008 evidencia que apenas em 2011 o setor conseguiu chegar a patamares anteriores à crise de 2009. A motocicleta recupera, aos poucos, o espaço conquistado na década passada e sinaliza futuro promissor.

Mesmo com crescimento de 16,8% sobre o total de 2010 nos números de produção das associadas da Abraciclo, associação brasileira dos fabricantes de motocicletas, ciclomotores, motonetas, bicicletas e similares, as motocicletas só agora vêm apresentando completa recuperação sobre os momentos críticos vividos desde o final de 2008, quando estourou a crise econômica internacional. O mercado interno, consideradas as vendas ao atacado mostrou uma variação também positiva de 12,4%, com as vendas aos distribuidores de 2.044.422 unidades.

Exatamente 2.137.417 unidades de motocicletas deixaram as linhas de montagem instaladas no PIM, Polo Industrial de Manaus. Onde está localizada a grande maioria deste segmento industrial, ainda 3,5 mil a menos que as 2.140.907 produzidas em 2008, ano de referência para o setor. As vendas mostraram uma variação percentual mais importante, de 8,76% positivos, mas é uma variação ainda modesta se considerado o ritmo de crescimento do periódo anterior à crise.

IMPORTÂNCIA MUNDIAL E BOAS PERSPECTIVAS
São números importantes que justificam o posicionamento do Brasil como quinto maior produtor mundial e um dos mercados mais promissores, em franca evolução. No entanto, as restrições creditícias e algumas oscilações na economia sinalizam cautela na condução dos destinos deste importante segmento da economia e a necessidade de forte empenho comercial para que as metas sejam atingidas e o crescimento perenizado.

É ainda destacável o fato de que se amplia solidamente o respeito e o debate temético sobre a utilização da motocicleta e a grande eficácia que o veículo tem demonstrado como meio de transporte destinado às mais variadas circunstâncias e precisões. Em particular na utilização profissional e em regiões menos favorecidas por estrutura adequada de transporte. A evolução das regiões norte nordeste na participação percentual de vendas é indicador indiscutível da descoberta da motocicleta como meio de transporte ideal: baixo custo de aquisição e despesas moderadas com sua manutenção.

EMPLACAMENTOS: MAIS UNIDADES NAS RUAS
Com referência aos números pertinentes ao emplacamento, que traduzem a real quantidade de novas unidades em circulação, o incremento anual atingiu 7,6%, passando de 1.804.011 para 1.940.297 unidades. A exportação experimentou uma sensível, mas ainda insuficiente melhora, ampliando em pouco mais de 4 mil unidades o total destinado a outros países.

“Longo e penoso foi o caminho para que atingíssemos novamente esses números. Nossas associadas dedicaram-se de forma especial em atender seus consumidores e buscar solução para a ausência de linhas de créditos adequadas às classes C e D, onde concentram-se a grande maioria dos compradores de nossas motocicletas. Atravessamos um vigoroso e demorado processo de recuperação, novos investimentos e mudança em nosso modo de atuar. Hoje vemos um mercado evoluindo de forma mais consistente”, afirma Roberto Akiyama, presidente da Abrac iclo.