Oferta de crédito e taxas de juros atrativas são os principais motivos para a alta demanda; a média diária de vendas foi a maior para o mês desde 2015
Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo mostram que as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram 92.894 motocicletas em setembro. O volume é 15,1% superior a setembro de 2018 (80.687 unidades).
De janeiro a setembro saíram das linhas de produção 836.450 unidades, correspondendo a uma alta de 7,5% na comparação com o mesmo período do ano passado (777.779 unidades). Em relação a agosto, que contou com um dia útil a mais, houve recuo de 19% (114.738 unidades).
A oferta de crédito continua a ser o principal motivo para o crescimento. Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, este cenário, aliado a taxas de juros mais atrativas, faz com que muitos consumidores troquem suas motocicletas por modelos 0 km. “O que se observa é a motocicleta sendo utilizada cada vez mais como alternativa para a mobilidade flexível, econômica e eficiente nas cidades brasileiras, além de possibilitar a geração de renda para seu condutor”, explica.
Na análise do executivo, o mercado ainda deve se manter aquecido nos próximos meses em função de fatores sazonais, como o pagamento do 13º salário e a chegada do verão, além do lançamento de novos modelos durante do Salão Duas Rodas, programado para o período de 19 a 24 de novembro, no São Paulo Expo, em São Paulo (SP). “O Salão é o principal evento do Setor de Duas Rodas e costuma receber mais de 200 mil visitantes, atraindo compradores entusiastas, que sempre aguardam pelas novidades e querem experimentar e adquirir uma motocicleta nova”, diz Fermanian.
Pelas projeções atuais da Abraciclo, as fabricantes de motocicletas deverão produzir 1.100.000 unidades no presente ano, o que representa uma alta de 6,1% na comparação com o volume de 2018 (1.036.788 unidades).
VENDAS NO ATACADO
Em setembro as vendas de motocicletas no atacado – das fabricantes para as concessionárias – somaram 95.282 unidades, correspondendo a um avanço de 24,2% em relação ao mesmo mês do ano passado (76.695 unidades) e queda de 9% na comparação com agosto do presente ano (104.649 unidades).
No acumulado do ano foram vendidas 816.064 motocicletas no atacado, volume 14,7% superior ao mesmo período de 2018 (711.644 unidades).
EMPLACAMENTOS
Em setembro, 87.719 motocicletas foram licenciadas no País, representando uma alta de 18,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado (74.067 unidades), de acordo com a análise dos dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) feita pela Abraciclo. Em comparação com agosto (88.625 unidades), houve queda de 1%.
Com 21 dias úteis em setembro, a média diária de vendas foi de 4.177 motocicletas. Esse foi o melhor desempenho para o mês desde 2015 (4.521 unidades/dia, que também teve 21 dias úteis). Na comparação com setembro de 2018 (3.898 unidades/dia, com 19 dias úteis), o crescimento foi de 7,2%. Na comparação com agosto do presente ano, a alta foi de 3,7% (4.028 unidades/dia, com 22 dias úteis).
Ainda segundo a análise dos dados do Renavam, de janeiro a setembro foram emplacadas 796.426 motocicletas no País, volume 14,4% maior ante as 695.928 unidades licenciadas no mesmo período do ano passado.
EXPORTAÇÕES
Em setembro foram exportadas 2.390 motocicletas, correspondendo a uma queda de 28,4% na comparação com o mesmo mês de 2018 (3.336 unidades) e de 33% em relação a agosto do presente ano (3.566 unidades). No acumulado de janeiro a setembro o volume exportado foi de 29.136 unidades, representando uma queda de 49% na comparação com o mesmo período de 2018 (57.131 unidades).
A Argentina foi o principal destino das motocicletas em setembro, segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os volumes de embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo. Foram embarcadas 1.942 unidades para aquele país, o que representa 58,6% do volume total exportado. Na sequência, ficaram a Colômbia (602 unidades e 18,2% de participação) e os Estados Unidos (356 e 10,7%).
Nos nove meses do ano, a Argentina também foi o país que mais comprou motocicletas fabricadas no PIM. De janeiro a setembro foram embarcadas 14.274 unidades, o que representa 47,2% do volume total exportado. Em seguida, vieram os Estados Unidos (5.881 unidades e 19,5% de participação), seguidos pela Colômbia (4.021 unidades e 13,3%).
DESEMPENHO POR CATEGORIA NO ATACADO
A Street foi a categoria mais vendida em setembro, com 49.013 unidades e 51,4% de participação. Na sequência, vieram a Trail (19.005 e 19,9%), Motoneta (11.998 e 12,6%), Scooter (8.716 e 9,1%) e Naked (2.066 e 2,2%).
Essas posições foram mantidas no acumulado de janeiro a setembro: Street (406.526 unidades e 49,8% de participação), Trail (163.153 unidades e 20%); Motoneta (121.941 unidades e 14,9%), Scooter (70.497 unidades e 8,6%); e Naked (18.895 unidades e 2,3%).
As características básicas das motocicletas de cada categoria são estas:
Street – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso urbano.
Trail – Motocicleta de baixa ou média cilindrada destinada ao uso misto, tanto em vias pavimentadas quanto em terreno não pavimentado.
Motoneta – motociclo underbone, destinado ao uso urbano, de baixa cilindrada e dotado de câmbio automático ou semiautomático.
Scooter– Motociclo de câmbio automático ou semiautomático, concebido para privilegiar o conforto.
– Motocicleta sem carenagem, com motor propositalmente exposto e de alto desempenho, concebida para a utilização em terrenos pavimentados. Semelhante a uma motocicleta versão “Sport” sem a carenagem.
Big Trail – Motocicleta de média ou alta cilindrada destinada ao uso misto em terrenos pavimentados e não pavimentados.
Off-Road – Motocicleta de qualquer cilindrada destinada exclusivamente à utilização em pisos não pavimentados.
Custom– Motocicleta caracterizada por sua vocação para percursos de estrada, destacadamente os mais longos, chamadas de “estradeiras”, que não priorizam velocidade e, sim, conforto.
Sport– Motocicletas de cilindradas médias ou superiores com carenagem que privilegia a aerodinâmica e o alto desempenho.
Ciclomotor– Veículo de duas ou três rodas, provido de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a 50 cm³.
Touring– Motocicletas usualmente de alta cilindrada concebidas para utilização em turismo e viagens de grandes distâncias.
DESEMPENHO DE SCOOTERS NO VAREJO
De acordo com dados do Renavam analisados pela Abraciclo, em setembro as vendas da categoria Scooter no varejo atingiram 7.307 unidades, volume 31,9% superior ao mesmo mês do ano passado (5.541 unidades) e 3,9% inferior ante agosto do presente ano (7.606 unidades).
Nos nove meses do ano foram licenciadas 65.702 scooters, significando uma alta de 27% ante as 51.727 unidades licenciadas no mesmo período do ano passado.
Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 43 anos de história e contando com 14 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição dos principais produtores mundiais. No total as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais de 12 mil empregos diretos.
MOTOCICLETAS* |
BICICLETAS* |
Frota nacional: acima de 27 milhões |
Frota nacional: mais de 70 milhões |
Produção anual: acima de 1 milhão de unidades |
Produção anual: 2,5 milhões |
8º maior produtor mundial |
4º maior produtor mundial |
(*) Dados do fechamento de 2018.
(**) Excluídas as bicicletas infantis, classificadas como brinquedos.
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OUTUBRO, 2019 |