Na faixa etária de 51 a 60 anos, a alta é de quase 232%
As mulheres estão adotando cada vez mais a motocicleta como meio de locomoção. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, em 2011 havia 4.013.566 pessoas do sexo feminino com carteira de habilitação da categoria A. Em 2019, esse número saltou para 7.594.452 mulheres, o que representa uma alta de 89,2% em oito anos.
Além do aumento no número de habilitadas, grande parte das mulheres que optaram por essa categoria tem mais de 40 anos. Entre as mulheres com idade de 41 a 50 anos a alta nos últimos oito anos foi de 127%, passando de 572.039 em 2011, para 1.298.532 habilitadas em 2019.
Outra faixa etária que apresentou crescimento expressivo foi a de 51 a 60 anos. A alta observada foi de quase 232%, saltando de 146.273 (2011) para 485.379 habilitadas (2019).
Na avaliação de Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, os fatores que contribuem para essa alta são a praticidade da locomoção, os avanços tecnológicos e lançamentos de modelos mais atrativos para as mulheres. “As empresas entenderam que vale a pena investir nesse público que é fiel e exigente. Além disso, a motocicleta é muito mais econômica e tem baixo custo de manutenção. Ou seja, ela se torna um veículo prático e viável para o dia a dia”, diz.
Um exemplo de escolha pela praticidade é da publicitária Tatiana Sapateiro, de 58 anos, que adquiriu um Scooter há pouco mais de dois anos e usa para ir ao trabalho, supermercado e passeios. “Não suportava mais o trânsito da capital paulista. Levava cerca de uma hora e meia para ir de casa até o trabalho. Até que resolvi testar e nunca mais deixei a moto”, afirma Tatiana.
A paixão foi tanta que no ano passado ela criou a página “Mulheres de Scooter”, no Facebook. A ideia inicial era apenas fazer passeios. “Mas a coisa cresceu tanto que hoje trocamos ideias e dicas, principalmente para as novatas”, diz.
A secretária executiva Roberta Piero, de 52 anos, também é usuária de motocicleta e não abre mão de sua liberdade de ir e vir. Durante a semana ela usa um Scooter para ir ao trabalho e nos finais de semana curte viagens e passeio a bordo de uma motocicleta estradeira.
Apaixonada pelo estilo, Roberta faz parte do “Ladies of the road”, grupo de mulheres motociclistas que se reúne para pegar a estrada. “Por onde passamos, é normal as pessoas ficarem olhando. O povo para, olha e até tira foto”, conta. Com cerca de 600 integrantes, o grupo completa 10 anos em julho.
Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 43 anos de história e contando com 14 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição dos principais produtores mundiais. No total as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais de 13 mil empregos diretos.
MOTOCICLETAS* |
BICICLETAS* |
Frota nacional: acima de 28 milhões |
Frota nacional: mais de 70 milhões |
Produção anual: acima de 1,1 milhão de unidades |
Produção anual: 2,5 milhões |
8º maior produtor mundial |
4º maior produtor mundial |
(*) Dados do fechamento de 2019.
(**) Produção em todo o território nacional, excluídas as bicicletas infantis.
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Março, 2020 |