Com a nova previsão, produção de motocicletas deve chegar a 1,22 milhão de unidades em 2021;
Licenciamentos devem crescer 24,6% neste ano, enquanto as exportações podem chegar a 51 mil unidades
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, revisou as projeções de produção de motocicletas para 2021. A nova estimativa é que as fábricas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produzam 1.220.000 motocicletas, o que corresponde a um crescimento de 26,8% na comparação com o ano passado, quando 961.986 unidades saíram das linhas de montagens. A perspectiva inicial, apresentada no início do ano, era de 1.060.000 motocicletas.
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, afirma que uma série de fatores levaram a associação a rever os números. “Depois de enfrentar um primeiro bimestre complicado devido à segunda onda do coronavírus que atingiu a cidade de Manaus, as unidades fabris registram uma curva de aceleração das produções e cumprem o seu planejamento”, diz. “Aliado a isso, temos um mercado bastante aquecido, pois a motocicleta hoje é instrumento de trabalho e opção de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público”, completa.
Fermanian destaca que com a nova previsão, o setor deve ficar próximo ao patamar de 2015, quando foram fabricadas 1.262.708 motocicletas. “Ainda estamos bem distantes do recorde de 2011, que teve mais de dois milhões de unidades produzidas, mas o importante é que a indústria está consolidando sua recuperação e os sinais indicam o início de um novo ciclo de expansão”, diz Fermanian.
A Abraciclo também revisou as projeções para os volumes de vendas e exportação. A nova estimativa é de que sejam comercializadas 1.140.000 motocicletas, alta de 24,6% em relação às 915.157 unidades emplacadas em 2020. Já para as exportações, a perspectiva é de que sejam embarcadas 51.000 motocicletas, volume 51,1% superior ao registrado no ano passado (33.750).
A perspectiva anterior, também apresentada no início do ano, era de que os licenciamentos somariam 980.000 unidades e as exportações totalizariam 40.000 motocicletas.
Produção em julho
Em julho, foram produzidas 95.025 motocicletas, volume 9,9% inferior ao registrado em junho (105.450 unidades) e 3% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado (97.920 motocicletas). Fermanian explica que esse recuo na produção já era esperado, devido às férias coletivas das fábricas no período.
No acumulado do ano, a indústria fabricou 663.888 unidades, alta de 35,4% em relação a 2020 (490.137). De acordo com levantamento da Abraciclo, esse é o melhor resultado para os primeiros sete meses do ano desde 2015. Naquele período foram produzidas 799.990 motocicletas.
Vendas no varejo
Os emplacamentos somaram 112.538 unidades em julho, o que corresponde a um aumento de 5,5% em relação ao mês anterior (106.680 motocicletas). Na comparação com julho do ano passado, houve alta de 32,2% (85.148). Segundo dados da Abraciclo, esse foi o melhor resultado para o mês, desde 2014 (121.012 unidades). “O uso da motocicleta cresceu muito durante a pandemia. Ainda existe desequilíbrio entre a oferta e a demanda, mas, aos poucos, estamos conseguindo atender aos consumidores”, explica o presidente da Abraciclo.
A Street foi a categoria mais emplacada no último mês, com 55.567 unidades e 49,4% de participação no mercado. Na sequência do ranking, ficaram a Trail (21.547 unidades e 19,1% do mercado) e a Motoneta (17.295 unidades e 15,4%).
Confira o ranking:
Com 22 dias úteis, a média diária de vendas em julho foi de 5.115 unidades. Na comparação com o mês anterior, que teve 21 dias úteis, houve aumento de 0,7% (5.080 unidades/dia). Já em relação a julho do ano passado, com 23 dias úteis, a alta foi de 38,2% (3.702 unidades/dia).
No acumulado do ano, foram licenciadas 629.692 motocicletas, volume 44,7% superior às 435.289 unidades emplacadas no mesmo período.
Exportações
Em julho, foram exportadas 6.026 motocicletas, alta de 36,7% na comparação com o mês anterior (4.409 unidades) e de 36% em relação a julho de 2020 (4.432 unidades).
Segundo dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 1.582 unidades e 33,6% volume exportado. A Argentina ficou em segundo lugar (1.100 motocicletas e 23,3% do total exportado), seguida pelos Estados Unidos (732 motocicletas e 15,5%).
De janeiro a julho, foram exportadas 32.286 motocicletas, aumento de 115,4% na comparação com o mesmo período do ano passado (14.990 unidades). A Argentina lidera o ranking dos destinos, com 9.445 unidades e 29,7% do volume total exportado. Na sequência, ficaram a
Colômbia (7.039 unidades e 22,1% das exportações) e Estados Unidos (6.570 unidades e 20,7%).
Frases – Marcos Fermanian
Presidente da Abraciclo
“A Abraciclo decidiu rever sua projeção pois, as unidades fabris registram uma curva de aceleração da sua produção. Aliado a isso, temos um mercado bastante aquecido pela motocicleta ser instrumento de trabalho e opção de deslocamento seguro para evitar a aglomeração do transporte público.”
“Ainda estamos bem distantes do recorde de produção de 2011, que teve mais de dois milhões de unidades produzidas. O importante, no entanto, é que a indústria está consolidando sua recuperação e os sinais indicam o início de um novo ciclo de expansão.”
“O uso da motocicleta cresceu muito durante a pandemia. Ainda existe desequilíbrio entre a oferta e a demanda, mas, aos poucos, estamos conseguindo atender aos consumidores.”
Glossário de Motocicletas:
Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 45 anos de história e contando com 14 associadas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO representa os fabricantes de veículos de duas rodas no país, tendo como principal missão o fomento e o desenvolvimento do setor, por meio de ações que visem a mobilidade, a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram cerca de 14 mil empregos diretos em Manaus/AM.