Em ritmo de recuperação, junho teve produção superior a 66 mil bicicletas pelo segundo mês consecutivo

 

As fabricantes de bicicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram 355.717 unidades no primeiro semestre deste ano. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, o volume é 42,6% superior ao registrado no mesmo período do 2020, que foi de 249.494 bicicletas. Na época, as fabricantes ficaram cerca de dois meses sem produção, devido a pandemia da Covid-19.

Em junho, foram fabricadas 66.774 bicicletas, 14 unidades a mais que o mês anterior. Na comparação com junho do ano passado, quando foram produzidas 46.913 unidades, houve aumento de 42,3%. Ainda de acordo com levantamento da Abraciclo, esse foi o melhor resultado para o mês, desde 2015, quando a produção totalizou 76.811 bicicletas.

O vice-presidente do segmento de bicicletas, Cyro Gazola, afirma que os resultados alcançados comprovam o ritmo de recuperação do setor. No entanto, o desabastecimento de insumos ainda prejudica o atendimento da demanda. “A falta de peças e componentes é um problema global na cadeia de bicicletas e o nosso principal gargalo. Isso impede que as linhas de produção funcionem plenamente e dificulta a montagem das bicicletas”, explica.

As fábricas sofrem com a escassez de itens como sistemas de freios, transmissões, suspensões e selins, entre outros. Na avaliação do executivo o fornecimento deverá ser normalizado no próximo ano. Cerca de 50% dos insumos são provenientes de fornecedores mundiais, principalmente do continente asiático.

Apesar das dificuldades com os suprimentos, a indústria de bicicletas tem performado dentro das expectativas da Abraciclo para 2021. Na estimativa de Gazola, o mercado de bicicletas deve continuar aquecido nos próximos meses, mas explica que é preciso cautela em relação a novas perspectivas. “A indústria pode crescer acima da expectativa. No entanto, vamos analisar o cenário econômico, antes de apresentar uma nova projeção. Por enquanto, mantemos a estimativa de produzir 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020”, afirma.

 

Produção por categoria

No primeiro semestre, a categoria mais produzida foi a Moutain Bike (MTB) com 214.377 unidades fabricadas e 60,3% do volume total produzido. Na sequência aparecem as categorias Urbana/Lazer (103.756 unidades e 29,2%) e Infanto-Juvenil (26.011 unidades e 7,3%). Já a categoria que registrou maior crescimento percentual foi a Elétrica. A produção totalizou 5.220 bicicletas, alta de 116,7% em relação aos seis primeiros meses de 2020 (2.409).

Em junho, os resultados seguiram a mesma tendência. A MTB foi a categoria mais produzida com 32.538 unidades e 48,7% do total fabricado, seguida pela Urbana/Lazer (20.480 unidades e 30,7% de participação) e pela Infanto-Juvenil (8.809 unidades e 13,2% de participação).

Confira o ranking mensal de produção:

 

Fonte: Associadas Abraciclo

 

Exportações

A bicicleta brasileira vem ganhando cada vez mais espaço no mercado externo. No primeiro semestre, as exportações somaram 8.255 unidades, alta de 112,4% em relação ao mesmo período do ano passado (3.887 bicicletas). De acordo com dados do portal Comex Stat, que faz um levantamento dos embarques totais de cada mês e que foram analisados pela Abraciclo, o principal mercado foi o Paraguai, com 4.614 unidades e 55,9% do volume total exportado. Na sequência do ranking, ficaram Uruguai (3.154 unidades e 38,2% das exportações) e Bolívia (440 unidades e 5,3%).

Em junho, foram exportadas 2.197 unidades. O volume é 58,1% superior ao registrado em maio (1.390 bicicletas) e 109,4% maior na comparação com o mesmo mês do ano passado (1.049 unidades).

Os dois principais mercados foram o Uruguai e o Paraguai. Os uruguaios receberam 1.136 bicicletas, o que corresponde a 51,7% do volume exportado; enquanto os paraguaios, 1.054 unidades (48% das exportações).

 

Frases – Cyro Gazola

Vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo 

“A produção de mais de 66 mil bicicletas em junho e de quase 356 mil unidades no semestre demonstra o ritmo de recuperação do setor. No entanto, o desabastecimento de insumos segue sendo um gargalo. A falta de peças e componentes impede que as linhas de produção funcionem plenamente e dificulta a montagem das bicicletas.”

“A crise de suprimentos é mundial em toda a cadeia produtiva de bicicletas. Cerca de 50% dos insumos são provenientes de fornecedores mundiais, principalmente do continente asiático. O fornecimento deverá ser normalizado no próximo ano. A Abraciclo e suas associadas trabalham com fornecedores locais para reduzir a dependência de fornecedores globais. No entanto, a indústria ainda é bastante dependente dos itens importados.”

“O mercado de bicicletas deve continuar aquecido nos próximos meses e a indústria pode crescer acima da expectativa. No entanto, vamos analisar o cenário econômico, antes de apresentar uma nova projeção. Por enquanto, mantemos a estimativa de produzir 750.000 unidades, alta de 12,8% na comparação com 2020.”

 

Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas

Com 45 anos de história e contando com 14 associadas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram cerca de 14 mil empregos diretos em Manaus/AM.