Fabricantes do Polo Industrial de Manaus produziram 1,41 milhão de unidades em 2022

 Abraciclo prevê crescimento de 9,7% da produção em 2023

 

As fabricantes instaladas no PIM (Polo Industrial de Manaus) produziram 1.413.222 motocicletas no ano passado. Levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo revela que o volume foi 18,2% superior ao registrado em 2021 (1.195.149 motocicletas) e representa o melhor resultado para o segmento desde 2014 (1.517.662 unidades).

Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, esses números comprovam a retomada de crescimento do segmento após enfrentar um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da covid-19 que voltou a atingir a cidade de Manaus. “Depois disso, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”, explica.

O volume final ficou bem próximo da projeção revisada, que era de 1.420.000 unidades e crescimento de 18,8%.

 

 

Vendas no varejo

No ano passado, foram emplacadas 1.361.941 motocicletas, alta de 17,7% na comparação com 2021 (1.156.776 unidades), sendo o melhor resultado em oito anos (1.429.692 motocicletas). A expectativa da Abraciclo era fechar o ano com 1.350.000 motocicletas licenciadas.

A Street foi a categoria mais licenciada, com 686.807 unidades e 50,4% de participação no mercado. “As fábricas priorizaram a produção desse modelo para atender à alta da demanda, influenciada principalmente pela grande utilização profissional. Outras categorias também registraram aumento expressivo nos licenciamentos como a Custom, Motoneta, Scooter e Trail”, diz Fermanian.

Veja como ficou o ranking anual de emplacamentos por categoria:

 

 

A região Norte apresentou o maior crescimento porcentual no volume de licenciamentos em 2022. No ano passado, foram emplacadas 173.763 motocicletas, alta de 35% na comparação com 2021 (128.680 unidades).

Em números absolutos, a região Sudeste liderou o ranking de vendas no varejo. De janeiro a dezembro, foram licenciadas 521.157 motocicletas, o que corresponde a 38,3% de participação no mercado. Em segundo lugar, ficou o Nordeste (405.233 unidades e 29,8% do mercado). Na sequência, vieram o Norte (173.763 motocicletas emplacadas e 12,8% do mercado), Sul (131.558 unidades e 9,7%) e Centro-Oeste (130.230 motocicletas e 9,6%).

 

Exportações

As exportações totalizaram 55.338 unidades em 2022, o que corresponde a uma elevação de 3,5% na comparação com o ano anterior (53.476 motocicletas). A projeção revisada era embarcar 59.000 unidades para o exterior.

De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 15.686 unidades e 27,6% do volume exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (13.538 motocicletas e 23,8% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (12.211 unidades e 21,5%).

 

Resultados em dezembro

No último mês de 2021, foram fabricadas 85.117 motocicletas, volume 11,5% maior ao registrado em dezembro de 2020 (76.359 unidades) e 34,1% menor em relação a novembro (129.216 motocicletas). “A retração era esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas”, explica o presidente da Abraciclo. “Nesse período, as fábricas aproveitam para realizar serviços de manutenção e instalar novos equipamentos nos centros de produção”, enfatiza.

Com 132.204 unidades licenciadas, o mercado atingiu o segundo melhor resultado do ano e ficou atrás apenas de maio (133.344 unidades). O resultado é 17,7% maior na comparação com dezembro de 2021 (112.363 motocicletas) e 7,3% superior às 123.214 unidades emplacadas em novembro. Segundo levantamento da Abraciclo, esse foi o melhor desempenho para o mês desde 2013, quando os emplacamentos totalizaram 140.583 motocicletas.

Confira o ranking e a comparação com o mês e ano anteriores:

 

 

Com 22 dias úteis, a média de emplacamentos em dezembro foi de 6.009 unidades/dia. Na comparação com o mesmo mês de 2021, que teve um dia útil a mais, houve alta de 23% (4.885 unidades/dia). Já em relação a novembro, com dois dias úteis a menos, foi registrado recuo de 2,5% (6.161 motocicletas/dia).

A região Sudeste liderou o ranking de licenciamentos, com 47.139 unidades e 35,7% do mercado. Na sequência, ficaram as regiões Nordeste (40.753 motocicletas e 30,8% dos emplacamentos), Norte (19.772 unidades e 15%), Centro-Oeste (12.538 motocicletas e 9,5%) e Sul (12.002 unidades e 9,1%).

Com 108.775 unidades vendidas no varejo, as motocicletas de baixa cilindrada representaram 82,3% do mercado. Já os modelos de média cilindrada tiveram 19.724 unidades emplacadas, o que corresponde a 14,9% do volume total de licenciamentos. As motocicletas de alta cilindrada responderam por 2,8% do mercado, com 3.705 unidades licenciadas.

Em dezembro, foram exportadas 3.926 motocicletas, volume 19,6% maior em relação ao mesmo mês de 2021 (3.283 unidades) e 6,3% superior ao embarcado em novembro (3.695 motocicletas). Segundo dados Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o principal destino foi a Argentina que recebeu 1.440 unidades, o que corresponde a 25,8% do total exportado. Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos (1.238 motocicletas e 22,2% das exportações), seguidos pela Austrália (1.160 unidades e 20,8%)

 

Projeções para 2023

A Abraciclo estima que as unidades fabris instaladas no PIM deverão produzir 1.550.000 motocicletas em 2023. O volume representa alta de 9,7% na comparação com as 1.413.222 unidades que saíram das linhas de montagem em 2022.

No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1.490.000 motocicletas, o que corresponde a alta de 9,4% em relação a 2022 (1.361.941 unidades). As exportações deverão alcançar 59.000 unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado (55.338 motocicletas).

“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”, analisa Fermanian.

 

 

PROMOT M5

No dia 1º de janeiro de 2023, entrou em vigor a 5ª fase do PROMOT (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares).  Com isso, os produtos brasileiros passaram a ser equipados com uma série de novas tecnologias, permitindo seu alinhamento aos níveis de emissões dos mais exigentes mercados (EURO 5).

Todas as motocicletas produzidas no Brasil passam agora a ser equipadas com o OBD (On Board Diagnosis), equipamento que emite alertas no painel de instrumentos no caso de uma eventual falha no sistema de emissões; e cânister, que absorve e reaproveita os gases liberados no tanque. Também contam com novos catalisadores (que têm maior capacidade de conversão dos gases tóxicos em gás carbônico e água) e evoluções na calibração dos sistemas de injeção eletrônica.

Para atender a essa resolução do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), as associadas da Abraciclo realizaram uma série de investimentos para a melhoria dos níveis de controle de emissão de gases nas motocicletas. “O Brasil é referência internacional e um dos países com a legislação mais avançada do mundo no que se refere a emissões veiculares”, ressalta o diretor executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi.

Os números comprovam essa afirmação. Uma motocicleta produzida em 2003 emitia cerca de 390 Kg/ano de CO2 (ensaio de 30 mil quilômetros). Já em 2023, esse índice cai para 30 Kg/ano: uma redução de 92%.

 

Frases – Marcos Fermanian

Presidente da Abraciclo

“Depois de um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da covid-19 que voltou a atingir fortemente a cidade de Manaus, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”.

“A Street foi a categoria mais licenciada. As fábricas priorizaram a produção desse modelo para atender à alta da demanda, influenciada principalmente pela grande utilização profissional. Outras categorias também registraram aumento expressivo nos licenciamentos como a Custom, Motoneta, Scooter e Trail”.

“Em dezembro, foram produzidas pouco mais de 85 mil motocicletas. A retração era esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas. Nesse período, as fábricas aproveitam para realizar serviços de manutenção e instalar novos equipamentos nos centros de produção”.

“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”.

 

Glossário de Motocicletas:

 

Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas

Com 46 anos de história e contando com 14 associadas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO representa os fabricantes de veículos de duas rodas no país, tendo como principal missão o desenvolvimento e fomento do setor por meio de ações baseadas em três pilares: Política Industrial, Segurança Viária e Técnico.

A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais. No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram cerca de 15 mil empregos diretos em Manaus/AM.